Balanço da construção civil no 1º semestre de 2021

28/09/2021
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O primeiro semestre de 2021 foi marcado pela preocupação com os impactos que a pandemia da Covid-19 poderia causar em diversos setores da sociedade, mas, mesmo com o cenário em alerta, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e a construção civil apresentaram resultados surpreendentes durante o período. E é sobre isso que falaremos neste artigo. 

 

De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a economia do país cresceu 1,2% nos primeiros três meses de 2021, em relação ao último trimestre de 2020. 

 

O balanço é ainda melhor para o PIB da construção civil, que cresceu 2,1% durante o primeiro trimestre de 2021, em relação ao quarto trimestre de 2020. Com isso, o setor mostra mais uma vez sua força diante do cenário nacional: no ano anterior, foi o setor que mais gerou novos postos de trabalhos com carteira assinada no país, com mais de 105 mil novas vagas. 

 

Desafios

 

Entretanto, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) alerta que o setor ainda está 2,89% abaixo do 4º trimestre de 2019, período anterior ao da pandemia. Além disso, o nível de atividade está no mesmo patamar do 4º trimestre de 2007. 

 

Os comparativos apontados mostram incertezas sobre a consolidação do crescimento da construção civil, especialmente com o aumento constante dos preços dos materiais utilizados pelo setor. 

 

De acordo com os resultados do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), calculado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o custo da construção acumulou alta de 12,99% nos últimos 12 meses encerrados em abril de 2021 e, durante o período, o custo de insumos apresentou elevação de 29,90%. 

 

Nesta perspectiva, o aumento dos materiais foi apontado como o maior problema que o setor enfrenta por 57,1% dos empresários entrevistados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na Sondagem da Indústria da Construção Civil, realizada com o apoio da CBIC. Esse percentual de assinalações é recorde.

 

Uma das consequências da alta dos preços dos materiais está presente nos Indicadores do Mercado Imobiliário. Conforme divulgado pela CBIC, os lançamentos nos três primeiros meses de 2021 revelaram queda de 58% em relação aos últimos três meses do ano passado. 

 

Outra consequência ocorre na geração de vagas do setor da construção civil. Um dos exemplos apontados pela CBIC é a média de 44.327 novos empregos formais, registrada no primeiro bimestre do ano, que caiu para 23.215 nos meses de março e abril.

 

Os dados são do novo Caged, divulgados pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia.

 

Expectativas

 

Os desafios enfrentados pelo setor reduziram as expectativas de crescimento para a construção civil em 2021. Com isso, a alta de 4% aguardada no início do ano foi alterada para 2,5%

 

Entretanto, a CBIC garante que o cenário de médio e longo prazo continua positivo para a construção civil. Os fatores que reforçam as expectativas são: 

 

  • Concessões; 
  • Marco legal do saneamento;
  • Necessidade de infraestrutura; 
  • Logística; 
  • Demanda crescente por moradias.

 

Para a CBIC, o crescimento da economia brasileira depende em 2021 da vacinação em massa, da continuidade das reformas estruturantes e da melhora das expectativas na área fiscal. Acompanharemos nos próximos meses. 

 

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